Projetado para um jovem casal, adepto do trabalho remoto, o Studio Soho, apresenta 40m2 e fica localizado no bairro de Santana, em São Paulo. Entre as principais solicitações feitas pelos futuros moradores, o projeto deveria promover ao máximo a sensação de amplitude e para acomodar todas as necessidades do dia a dia da vida doméstica: cozinhar, comer, dormir, socializar, e, trabalhar. Partindo do princípio que essas atividades acabariam por se sobrepor dentro do mesmo ou quase do mesmo espaço, o desafio proposto aos arquitetos foi como organizar e fazer funcionar essa dinâmica.  

Inicialmente, a manipulação dos espaços em projeto, de forma a aproveitar o máximo possível da multifuncionalidade e da integração entre os poucos ambientes do imóvel. O segundo passo, mais micro, foi projetar elementos que servissem de suporte para essas atividades, como: bancadas, armários e estantes. 

Outra preocupação da equipe de arquitetura foi tentar assegurar ao máximo a independência de cada morador para praticar suas atividades sem que um atrapalhasse o outro, ou que um perdesse seu espaço para o outro; um exemplo, se deu no desmembramento do banheiro em duas partes, através da separação da pia, que ficou aberta para o dormitório. 

O projeto de reforma também buscou explorar a entrada de luz natural e ventilação, transformando a antiga varanda, agora integrada, em um grande janelão, que tira partido da vista impactante para a zona norte de São Paulo.

Ainda sobre os armários, bancadas e estantes propostos em projeto, seu desenho busca dialogar  com um estilo de vida mais urbano e contemporâneo, jovem e informal, com grande permeabilidade visual, através de transparências, vazios, materiais perfurados e esbeltos, características presentes no vidro e no metal. 

Composta por peças em aço, madeira e pedra, a ilha da cozinha ganha protagonismo, ao servir tanto como bancada, como mesa de jantar. Da mesma forma, a estante metálica, com prateleiras em tela de aço nervurado, configura a sala de estar, mas também abriga o espaço de trabalho, organizando o escritório, tudo isso, dentro da mesma estética, variando apenas a composição de cheios e vazios, exposição e armazenamento.

Indo na mesma direção, a linguagem quase monocromática presente nos acabamentos de piso, paredes e teto, com prioridade para a cor branca e tons de cinza, colabora para uma maior sensação de amplitude e leveza, conforme desejado pelos moradores, servindo como plano de fundo, bastante neutro, para que os demais elementos de interiores ganhem destaque: mobiliário e decoração. 

A seleção dos itens de mobiliário e decoração priorizou peças com desenho limpo, formas puras e concisas, porém com expressiva materialidade: madeira com veios, cerâmica e tramas.